Ainda temos o nosso lado infantil

A máquina de marketing da Apple é brutal e os blogs são a sua melhor arma. À tantos meses que se vem a falar do iPhone. O iPhone vai ter isto, vai ter aquilo, vai fazer torradas e aspirar o chão da casa, vai funcionar a gasolina, vai ter três cabeças, vai-se transformar num sabre de luz, etc; tanta coisa se disse sobre ele. Isto só ajudou a Apple. A ânsia de ter aquele pequeno gadget que, numa primeira fase, ninguém sabia como iria ser, depois já se sabia o que iria fazer, depois já se conhecia o design, depois já não iria fazer algumas das coisas que estava previsto e depois voltou a fazê-las outra vez, foi tão grande que resultou nisto. Já são 3 dias em que não se fala de outra coisa que não o iPhone. Até a saída da Paris Hilton da choldra não teve tanto destaque (a não ser naquele canal de televisão que nós sabemos).
Alguém se lembrou que o dia do lançamento do iPhone ia ser também o dia do lançamento da GPL3? Sabiam que ontem, dia do lançamento do iPhone, foi o centésimo sétimo aniversário do nascimento de Antoine de Saint-Exupéry? Sabiam que o dia 29 de Junho foi o dia de aniversário da atleta portuguesa Rosa Mota? Aposto que não. Confesso que também não sabia, até ter visto algo que não notícias sobre o iPhone. Não passei estes dias concentrado no lançamento do iPhone, como se não se passasse mais nada no mundo.
Há mais para além do iPhone. Tudo bem que é um marco importante no desenvolvimento da tecnologia móvel, mas foi-lhe dada mais importância do que aquela que lhe deveria ter sido. Pareceu, e ainda parece, as notícias de destaque da TVI, com aqueles coitadinhos todos cheio de desgraças e tristezas.
Ainda somos os miúdos que estavam na loja da esquina à espera da chegada das novas pastilhas.