Domingo, 12.10.08

[Actualizado] Estado agarrado


On the Streets - XIV, por carf, sob uma licença Creative Commons 2.0 by-nc-nd.

Actualização: as páginas linkadas pelo Rui Seabra estão disponíveis num único PDF.

No Software Livre no Sapo, o Rui Seabra publicou uma lista de aquisições de software feitas em Portugal. Temos 12 mil euros para anti-vírus e 5 milhões de euros para software microsoft para a FCTUC (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra), por exemplo. Muito dinheiro dos contribuintes gastos em dictatorware, que muitas vezes tem uma fiabilidade que deixa muito a desejar, para além de ser uma potêncial fonte de segurança e violação de privacidade porque são aplicações fechados e ninguém consegue saber se eles estão ou não a espiar ou recolher informação que não deviam.

Oh tristeza de país! Tanta coisa com o choque tecnológico e continuam a fazer merda. Porque raio apostam em software proprietária quando podem usar software livre? Caramba, com o software livre podem adaptar as aplicações às reais necessidades das instituições, e com o software proprietário têm que adaptar as instituições ao software. Dom Afonso Henriques deve estar a dar voltas no seu túmulo, com tanta má escolha e dinheiro mal empregue! Nem com as recentes parcerias entre Portugal e a Venezuela aprendem; nem sequer com o bom exemplo do Brasil, onde o software livre tem sido parte integrande do crescimento do país. Sempre pensei que se aprendesse com os bons exemplos, mas parece que isso ainda não acontece por cá.

A escolha da imagem tem o intuito de chocar, mas está longe de ser exagero da minha parte. A forma como o vendor lock-in prende os utilizadores não é muito diferente do vício da droga: é fácil entrar e muito difícil sair.

Quinta-feira, 31.07.08

Magalhães sem vontade de descobrir

Por causa do Magalhães, muitas teclas dos teclados têm perdido tinta. Anda quase toda a gente a escrever sobre isto; eu próprio também o fiz. Mas pouco sabia eu sobre isto. Vi um vídeo que o Sapo Tek linkou e uma reportagem da SIC, e reparei que este pequeno portátil estava a correr a Caixa Mágica 12.

Porreiro, pá. Finalmente vou ver o Governo fazer publicamente uma boa aposta no sector das tecnologias de informação - pensou o Bruno, o melhor blogger deste mundo e do outro. E, por causa disto, escrevi um post aqui no blog sobre o Magalhães, apesar de não estar muito convencido em relação ao projecto (é o hábito de ver as poucas boas ideias mal aplicadas).

Hoje, depois de abrir o Liferea e receber uma avalanche de posts, vi que as minhas desconfianças em relação ao projecto não eram de todo infundadas. E antes que me venham dizer que agora é fácil dizer que estava desconfiado, quero dizer que eu sou muito desconfiado por natureza, por isso é normal eu ter uma atitude relutante.

Continuando. Parece que não houve concurso para o Magalhães, a Intel vai tornar-se conselheira tecnológica do Ministério responsável por este projecto e ao contrário do que o prezado Robô Sócrates, o Primeiro-Ministro Tecnológico, dizia, os primeiros modelos do Magalhães não vão usar o tal «chip de última geração» da Intel, mas sim um Celeron.

Não questiono a escolha da Intel como parceira, mas sim o facto dela ter sido escolhida sem que, aparentemente, não tenha existido um concurso público e ainda se tornar conselheira tecnológica do Estado. Com o nome Magalhães dado ao projecto, esperava uma vontade descobridora traduzida num concurso público para escolher a melhor proposta, se é que haveria alguma. Ao invés, parecem continuar com a atitude de «Portugal, vende-se».

via Diário de Bordo

publicado por brunomiguel às 15:26 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 21.07.08

O primo pobre paga pelo rico

O interior português é o parente pobre do país, sempre ostracizado. Coisas básicas como boas acessibilidades são utopia para muitos dos habitantes desta parte do país. Por isso e por outras razões, o interior vai-se desenvolvendo a um ritmo muito lento.

Com estas disparidades em relação ao litoral, o que é que o senso comum diz? Que se deve ajudar o interior, para que este se possa desenvolver melhor e mais rapidamente, ajudando assim a economia nacional, que tanto precisa de ajuda.

Mas o que é que a ANACOM diz? Que se deve baixar o preço do acesso à internet no litoral e manter os actuais nas regiões do interior português. O actual executivo, liderado por Robô Sócrates*, o Primeiro-Ministro tecnológico, vem por trás e bate palmas a esta proposta que vai criar ainda mais desigualdades entre o litoral e o interior.

Eu tenho a sorte de viver no litoral e não percebo esta proposta. Se fosse feito o inverso era melhor para as operadoras, porque o grosso das receitas do acesso à internet vem do litoral; ao baixar os preços no interior estariam a conseguir novos clientes, sem perder o "filão" do litoral. Era bom para todos.

Se continuar assim, ainda vou ver o Primeiro-Ministro dizer: «O interior estava à beira do abismo e eu ajudei a empurrá-lo».

via César Sequeira e Correio da Manhã

*digo isto de uma forma carinhosa, sem qualquer intenção de insulto

Quarta-feira, 09.07.08

Portugal, Estado Microsoft

Em Portugal, um país que se diz democrático, o governo entrega quase tudo o que está relacionado com informática à Microsoft ou a parceiros dela. O último exemplo é o acordo assinado entre o Ministério da Defesa e a Microsoft, empresa que tem a reputação de não ligar muito à segurança nos seus produtos. Com isto, não se está a fazer mais que ajudar esta empresa, que ainda por cima não é portuguesa.

Confesso que não percebo esta aposta dos nossos governantes em dictatorshipware, ainda por cima no software fechado de uma empresa condenada pela União Europeia. Quem nos governa, PS ou Microsoft?

Tanto apanágio em volta da inclusão digital e tornam-se os cidadãos portugueses dependentes de um fornecedor de software fechado? Não deveríamos antes apostar em software que está de acordo com os valores democráticos e que não torna ninguém dependente de terceiros, vulgo software livre?

Quarta-feira, 18.06.08

"Movido a Vontade de Vender"

Hoje o meu irmão esteve inspirado. Após dois meses e alguns dias sem nenhum post, publica dois posts no espaço de meia-hora.
Desta vez, o post não é sobre episódios caricatos com as forças de segurança. O post chama-se "Movido a vontade de vender" e os temas escolhidos são a hipocrisia nacional e a progressiva "acefalização" que está a acontecer por causa da participação da selecção principal de futebol portuguesa no Euro 2008. Desde comboios, a burros a puxar carroças, estão lá alguns dos temas que têm marcado a actualidade nacional, com uma pitada de humor à mistura.

Agora só lhe falta ganhar esperteza e enveredar pelos sistemas livres, ao invés de continuar com aqueles sistemas proprietários que têm uma qualidade que me levanta bastantes dúvidas.

do not feed the trolls

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