Um dos pressupostos da web 2,0 é o lado social/comunitário, muitas vezes esquecido em detrimento da tecnologia AJAX. Um excelente exemplo disso é a Wikipédia, que disponibiliza conhecimento criado pelos utilizadores do serviço; todos são livres de aceder, usar e alterar esse conhecimento sem ter que pagar um tostão. O Facebook é outro exemplo que, apesar de ser uma rede social, tem um lado comunitário presente. Apesar dos dois exemplos mencionados serem gratuitos, a web 2,0 não tem obrigatoriamente que o ser.
As comunidades online já existem à muito mas, para mim, o grande boom aconteceu aquando do aparecimento da web 2,0. Agora já não são só os fóruns e dois ou três cms que são usados para criar uma comunidade; um blog consegue fazer isso – veja-se o exemplo do webtuga.com.
O conceito comunidade compreende partilha, gratuita ou paga. Essa partilha pode ser apenas uns megas para alojar fotos, como pode ser conhecimento e informação. Mas, na blogosfera, o conceito comunidade quase não existe. A realidade é esta, e isso vê-se na quantidade de artigos plagiados. Há um mês, mais coisa menos coisa, li um artigo que falava precisamente sobre isso, embora os números apresentados me parecessem um pouco exagerados (2% de artigos originais e 98% de artigos copiados). Nunca fiz um apanhado geral, mas tenho para mim que os números andarão na casa dos 10% - 90%.
Se calhar os números apresentados nesse artigo até estão mais próximos da realidade que os meus, mas uma coisa é certa: o que não faltam são artigos/posts copiados na integra. Eu costumo ver algumas destas cópias em blogs conhecidos. Costumo ver, também, traduções integrais de artigos de, na maioria, blogs/sites americanos. Esta tendência é preocupante porque mostra a falta de respeito pelo trabalho dos outros.
Mas, pior ainda, é ver blogs conhecidos de todos (ou quase todos), com artigos baseados no texto de alguém e não fazerem referência às fontes, tentando assim passar por geradores de conteúdos. Para mim, é pior que plagiar.
Na grande maioria dos meus posts, salvo quando são textos pensados por mim (como este) ou quando vou buscar informação ao site oficial do projecto em causa (mas, mesmo aí, meto, pelo menos, uma link para o site), meto a(s) fonte(s). É uma forma de partilhar algo mais com os leitores, de dar o devido crédito ao autor e de respeitar o seu trabalho.
Na blogosfera, o conceito comunidade é quase inexistente e a falta de respeito pelo trabalho alheio é enorme. Todos querem atrair visitas e não olham a meios para isso (nem que tenham que escrever em inglês, só para fazer de conta que já têm projecção internacional; mas cada caso é um caso e nalguns o inglês aplica-se).
Felizmente o boom dos blogs já acabou e o número de blogs inactivos está a aumentar a olhos vistos. Valha-nos, ao menos, isso!