Sexta-feira, 29.01.10

E o Stalinismo também era bom, não?

Os argumentos que às vezes vejo a defender os sistemas fechados deixam-me estupefacto e muito assustado. Não tarda nada defendem uma sociedade como a do 1984. Estamos tão fodidos...

Vocês podem ver nexo nisso, mas eu não. Pura e simplesmente não consigo. É tão arriscado e perigoso que eu, por mais que tente, não consigo aceitar. Claro que respeito quem os defende, mas fico-me por aí. Mais que isso é validar esse ideal e eu não o consigo fazer.

Ter uma entidade a controlar tudo o que nós podemos fazer, ver, criar, não é bom. Só fica mesmo a faltar o chicote nas nossas costas e as algemas nos pulsos. Isto lembra-me os escravos, no antigo egipto, a carregar os blocos de pedra para construir as pirâmides, não sei porquê (ou até sei).

Não me refiro especificamente ao iPad, que é o que muitos de vocês devem pensar; mas pode muito bem ser um exemplo, como tantos outros que posso dar: Zune, Flash Player, etc, etc, etc. Transpondo isto para o nível político, é como viver sob um regime dictatorial, sem liberdade de expressão - e mesmo pensamento -, mas sem passar muita fome e com uma casa relativamente decente. Quando chega a altura de mudar a cor da casa, estamos proibidos de o fazer e a pena pela violação dessa lei é a prisão.

Bem, isto assusta-me. Tenho medo que estejamos a caminhar para mais uma era de ditaduras, sem liberdade de expressão; todas aquelas coisas a que me habituei e não quero perder.

(aos que vierem aqui para dizer que as empresas têm que ganhar dinheiro, só tenho isto a dizer-vos: está na altura de arranjarem um argumento válido)

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publicado por brunomiguel às 23:29 | link do post | comentar | ver comentários (14)
Sexta-feira, 25.09.09

Família tradicional? Não, obrigado!

Há quem defenda - de forma mais, ou menos, acérrima - os valores da família tradicional e eu tenho todo o respeito por essa opinião, tal como espero que tenham pela minha (gostaram do momento politicamente correcto?). Mas não consigo perceber e aceitar um modelo de família em que a mulher não passa de uma "porca parideira" que se farta de levar porrada do marido quando este chega todo bêbedo do tasco e/ou vem das putas, e não faz mais que limpar a casa, cuidar dos filhos e cozinhar as refeições. E, nestas eleições legislativas, os partidos que defendem isto ficaram automaticamente fora das minhas opções de voto.

publicado por brunomiguel às 22:53 | link do post | comentar | ver comentários (15)
Quinta-feira, 11.06.09

Só porque sim

Apesar de não gostar muito de quezílias blogosféricas, não posso deixar de registar com desagrado aquilo que me parece ser um mau trabalho feito pela jornalista Ana Rita Guerra no blog Teknológica, do I. Refiro-me em concreto ao post "Sobre o Telecoms Package e o fim da Internet".

O primeiro ponto a registar é a enorme falta de educação e respeito que demonstra nesse post. Logo no segundo parágrafo refere-se a uma leitura, que deixou alguns comentários num post anterior, como "paula teixeira". Se virmos o post a que se refere, facilmente verificamos que a leitora se chama Paula Simões (sem aspas) e não "paula teixeira". Eu próprio cheguei ao tal post em menos de um minuto, por isso duvido que ela precisasse de tanto tempo para verificar o nome e escrevê-lo correctamente.

Talvez seja problema do Firefox, como refere a jornalista logo no primeiro parágrafo. Contudo, eu estou a usar o Icecat, que não é mais que o Firefox com outro nome e sem as trademarks da Mozilla, e consigo ver os comentários, tal como consegui das poucas vezes que visitei o blog. Ora, se eu consigo... Talvez o problema seja de alguma extensão que ela instalou, partindo do princípio que instalou alguma. Mas eu tenho umas quantas instaladas, como o Adblock Plus e o Firebug. Estranho... Bem, talvez devesse ter usado outro browser para verificar o nome correcto da leitora, algo que não lhe custava nada fazer porque o que não falta são browsers - eu próprio poder-lhe-ia indicar uns quantos.

Outro ponto triste a assinalar - mas aqui já é a opinião dela, apesar de a escrever num blog do seu empregador e por isso dever ter um pouco mais de cuidado com o que escreve porque a imagem de quem passa os cheques também pode ficar em causa - é a postura que toma em relação a uma possível aplicação da "3-strikes law" em Portugal. Para a jornalista, mesmo que esta medida "seja aplicável em Portugal, em termos práticos isto significa zero mudanças. Porque se um processo de pirataria/contrafacção/violação de copyright demora entre 4 a 5 anos a ser julgado, imagine-se o tempo que levaria algo tão difícil de provar como a ilegalidade de tráfego P2P, os avisos do ISP, a decisão do tribunal, o recurso provável e finalmente a ordem para que o acesso à Internet seja cortado."

Desculpem, mas mesmo que a justiça seja lenta (e todos nós sabemos que ela perderia uma corrida contra uma lesma com 60% de invalidez), não é desculpa para aceitarmos uma medida deste tipo, a mesma que ainda ontem foi considerada inconstitucional em França. Se ninguém, tanto quanto sei, pode andar a ver livremente o meu correio sem ter uma autorização judicial, porque raio vão poder andar a meter o nariz à balda nos meus dados? Ainda por cima, tornando-me culpado até prova em contrário.

Não, Ana Rita, a lentidão da justiça não é motivo para nos estarmos a marimbar para isto. Nós devemos é lutar contra este tipo de medidas. E um pouco de respeito para com os teus leitores também não te ficava nada mal. Não te esqueças que não é só a tua imagem que pode ficar manchada, é também a de quem te paga o salário.

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publicado por brunomiguel às 15:38 | link do post | comentar | ver comentários (20)
Quarta-feira, 27.05.09

Voz: necessária ou acessória?

Embora ache interessantíssimo o texto do Filipe Marques sobre o que ele faria se gerisse uma editora, não é sobre isso que vou escrever. Vou antes abordar outro tópico que não está muito relacionado com o do Filipe.
Esta introdução serve apenas para vos remeter para esse post, que eu considero uma boa leitura.

Bem, cá vou eu. Take cover!

Na música, até que ponto a voz é necessária? Já há muito tempo que acredito que a voz deve ser apenas mais um instrumento, por isso apenas usada se os músicos assim o entenderem. É por isso que eu não estranho nada ouvir uma música sem qualquer uso de voz; e é também por isso que não ligo às letras, mas ao trabalho vocal. As minhas paixões platónicas pelas vozes da Teresa Salgueiro e da Yukimi Nagano vêm disso mesmo: do trabalho vocal que conseguem fazer e do muitíssimo agradável timbre que têm.

Parece ser quase uma instituição: uma música tem que ter alguém a cantar. Isto é regra nas músicas mais comerciais, pelo menos, e até na electrónica se vê. No entanto, do que conheço do Post-Rock (uma paixão recente minha), só para dar um exemplo, a voz está longe de ser necessária. Bem pelo contrário: os instrumentos completam-se de tal forma que se pode passar muito bem sem uma voz.

Esta é a minha opinião. Qual é a vossa? Acham a voz necessária, acessória ou outra coisa qualquer?

publicado por brunomiguel às 02:40 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Quinta-feira, 07.05.09

TI, informação, media, Portugal = FAIL

Detesto constatar que o jornalismo nacional ligado às novas tecnologias é, no geral, tão mau que até eu podia fazer melhor. Isto custa-me, apesar de não ser jornalista nem ter formação na área da comunicação social, porque eu estou desempregado e eles estão a receber dinheiro por um trabalho que costuma ser mais que fraco e pobre.

 

Em vez de informação sobre novas tecnologias, muitas vezes gramamos com press-releases escarrapachados como se fossem artigos, e artigos que não passam de autêntica publicidade ou promoção de interesses. É por isto que raramente dou atenção ou valor à imprensa nacional que trata destes assuntos. Prefiro ler a informação em blogs nacionais e internacionais, que lê-la ou ouvi-la num qualquer media português. É demasiado mau e torturante fazê-lo. Estou farto que me tentem impingir publicidade a um produto mascarada de informação, ou que me tentem convencer que determinado texto não é uma promoção de interesses de um grupo mas sim informação imparcial.

 

Aposto que, como eu, estão mais pessoas desempregadas, várias delas jornalistas (eu até conheço uma que o faria bem melhor que muito boa gente que escreve sobre tecnologias de informação), que eram capazes de fazer melhor que aquilo que é feito actualmente. Hoje, não consigo apontar um jornal, revista ou outro media, que contenha informação digna de destaque sobre tecnologias de informação. No geral, é tudo demasiado mau.

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