Joao Costa a 25 de Novembro de 2008 às 15:17
É de facto extraordinário como se inverte a realidade e as posições com base na tentativa de um qualquer comentário de um outro qualquer cidadão.
Eu, enquanto cidadão e com a responsabilidade que a liberdade e democracia me confere, não concebo a utilização não remunerada do trabalho de outros. Da mesma forma como acho impensável ir ao Cinema e não pagar o bilhete; mandar arranjar o meu carro e não pagar a quem o concertou; roubar algo a uma pessoa e ir oferecê-lo a todos os outros, conhecido ou não; reproduzir copias de um livro e vendê-lo ou oferecê-lo; etç., etç., etç.
Isto apenas porque considero que, como qualquer cidadão do mundo, todo o trabalho que desenvolvo tenho direito à sua justa retribuição. Até e essencialmente à escolha se o ofereço ou não.
Neste caso todas as industrias culturais que já circulam na internet não estão, na sua grande maioria, a ter essa opção de escolha. À opção de poder receber algo pelo seu trabalho.
O seu discurso é que é o do verdadeiro pirata que rouba o que é dos outros e que estes não podem fazer, até agora, nada contra isso.
E se lhe roubassem a si o seu trabalho? Sentir-se-ia assim tão Robin Hood?
Balelas.
JC
Desde que me dêem os devidos créditos, não tenho qualquer problema nisso.
E não vejo qual é o problema de partilhar conteúdos sem intuito comercial, como músicas ou filmes; assim, ninguém está a roubar merda nenhuma. O que te dói é isso significar que não te entra algum dinheiro no bolso, mas não quer dizer que é prejuízo porque boa parte das pessoas (isto tem um estudo que o demonstra e até declarações de pessoas bem colocadas na indústria do entretenimento) não compraria determinado CD ou DVD se não o descarregasse. Aliás, é isso que permite aos artistas chegar a novos públicos.
Usar indevidamente os conteúdos produzidos por terceiros para ganhar dinheiro, não concordo. Usar sem intuito comercial, estou plenamente de acordo.
Entregar o controlo a um grupo de pessoas cujo único propósito é fazer dinheiro à custa do trabalho produzido pelos artistas, e não dar, sequer 20% desse dinheiro aos artistas, estou totalmente contra. Vão monitorizar o raio que os parta!
Como disse o Luís Filipe Vieira: é o espernear do morto (isto que este pseudo movimento cívico está a fazer).
O que é extraordinário é fazer acusações de pirata a alguém que tenta chamar a atenção para um problema que poderá afectar a liberdade de muitos milhões de utilizadores em prol de meia dúzia.
Porque é que não se informa antes de começar a fazer acusações gratuitas!?
O que aqui está em causa é que estes lobbys querem tentar ultrapassar uma emenda ao pacote "telecom" nomeadamente a emenda 138. Essa emenda obriga a que apenas o poder judicial possa julgar se determinado "cliente" está a cometer o crime de pirataria ou não e foi quase unânime a votação (88%) para que este direito ficasse salvaguardado. O que os lobbys pretendem é ver ultrapassada essa emenda de forma a poderem fazer o que quiser da Internet, sem prestar contas a ninguém!
Assim, apenas posso pressupor que:
1. - ou está mal informado e decidiu gratuitamente insultar o Bruno Miguel sem sequer ter a dignidade de saber qual o problema de que fala;
2. - ou está bem informado e anda para aqui a tentar atirar areia para os olhos das pessoas.
Interessante também é notar que chegou aqui como anónimo e isso é de tal modo incongruente com a actual posição assumida. Resta-me supor que se se encontrar no caso nº 2 sabe perfeitamente que está a fazer algo ilegal mas como não liga patavina para a Lei nem tampouco para o poder judicial, quando apregoa que as Telecomes e os bobbys tenham carta branca para fazerem o que quiser da Internet, isso de pouco o afecta.
Posto isto, espero sinceramente que se trate apenas de mero desconhecimento.
Totalmente de acuerdo. Todos los servicios prestados sino pagos, tienen que ser devidamente creditados a sus propietarios.
Caro João Costa,
O pacote Telecom, que o projecto MAPiNET defende, permite que o sr João Costa seja privado de aceder à internet, sem julgamento ou apresentação de provas.
Imagine um vizinho ou colega que não goste de si e diga três vezes à tal autoridade administrativa que o sr faz downloads ilegais. A partir desse momento o sr. fica sem internet.
O sr pode nunca ter feito um único download ilegal na vida e mesmo assim ser-lhe retirado o acesso à internet.
Não há apresentação de provas, não há tribunal nem julgamento.
A emenda 138 garante que só um tribunal possa barrar o acesso à internet. Mas o MAPiNET quer neutralizar essa medida.
Por isso, não tente o sr João Costa inverter a realidade. Ou trabalha para a ACAPOR?
Neste caso todas as industrias culturais que já circulam na internet não estão, na sua grande maioria, a ter essa opção de escolha. À opção de poder receber algo pelo seu trabalho.
Que grande chachada. O Copyright não é "uma escolha": ele existe e pronto. O que é legal é legal, o que é ilegal é ilegal. Se a "indústria" se sente lesada por alguma ilegalidade, que leve a tribunal quem, alegadamente, cometeu tal ilegalidade. A remoção da emenda 138 faz com que a tal "indústria" passe a deixar de necessitar do tribunal, a fazer justiça pelas suas mãos. Não precisa de provas. Não precisa de factos. O cidadão deixa de ser "inocente até prova em contrário".
Pego na sua analogia. E digo-lhe:
Eu, enquanto cidadão e com a responsabilidade que a liberdade e democracia me confere, não concebo a condenação sem julgamento. Da mesma forma como acho impensável ir preso porque o dono do Cinema *diz* que entrei sem pagar; ficar sem carta por ter desagradado quem concertou o meu carro; poder ser condenado, sem me poder defender, por todos os outros, conhecidos ou não; ser proibido de ir uma biblioteca porque um autor de um livro diz, sem provas, que o li sem o pagar; etç., etç., etç.
O seu discurso é que é o do verdadeiro anti-democrata, que está mais preocupado nos seus bolsos do que na liberdade e na justiça.
E se me roubassem, a mim, o meu trabalho? Isso era comigo - eu que sou autor. Nunca com "a indústria", que com total descaramento alega representar-me, como cidadão e como autor.
caro joão,
pouco mais haverá a dizer uma vez que os restantes intervenientes deste blog já lhe responderam e MUITO BEM, no entanto e uma vez que o senhor se preocupa tanto em ser remunerado pelo trabalho que faz, e nada tenho contra, presumo que será do seu interesse questionar os senhores da ACAPOR se contribuiram com algo para os diversos projectos de Software Livre que lhes permitem terem na rede a sua página de propaganda enganosa.
um bem haja, e pense mais na sua liberdade e privacidade e menos no dinheiro.
When the Nazis came for the communists,
I remained silent;
I was not a communist.
When they locked up the social democrats,
I remained silent;
I was not a social democrat.
When they came for the trade unionists,
I did not speak out;
I was not a trade unionist.
When they came for the Jews,
I remained silent;
I was not a Jew.
When they came for me,
there was no one left to speak out
attributed to Pastor Martin Niemoller
Miguel Baptista a 31 de Maio de 2012 às 20:47
Caro João,
provavelmente é um artista ou autor de nível medíocre, ou fraco pois se realmente fosse bom no que faz certamente tinha trabalho e entrava-lhe dinheiro na conta independentemente da pirataria.
Pois verdadeiramente os artistas são pagos pelos espectáculos que fazem. Sabia que ao comprar uma música cerca de 80% do valor da mesma vai para a editora e cerca de menos de 10% vai para o artista "autor da obra"? Pense nisso.
Miguel Baptista
PC a 19 de Abril de 2013 às 14:28
Quem é que é mais chulo, é quem faz chegar conteudo que possivelmente nunca iriam chegar á maioria do publico não dando assim aos artistas a oportunidade de criar fans que em concertos enchem os pavilhões atlanticos da vidas.
é com os concertos que os artistas (ligados á musica) ganham dinheiro, não com as esmolas que as produtoras lhes dão, essas sim têm todo o interesse em acabar com a partilha de conteudos
Manuel a 25 de Novembro de 2008 às 18:35
"O dono deste Blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts."
Para defensor da liberdade não está mal, não senhor.
Gostaria de lhe formular apenas uma questão:
Se um filme não existe em formato digital em todo o mundo e é possivel ser descarregado de sitios da Internet, estamos a falar de quê?
Estamos a falar da transição do formato analógico para o formato digital.
Os IPs ficam gravados para me facilitar a vida no caso de ser necessário encetar diligencias legais e para afastar trolls.
manuel a 25 de Novembro de 2008 às 23:06
Então está de acordo que alguém, sem autorização filme, com uma maquineta qualquer, a obra num cinema, (formato analógico) logo um roubo, o transforme em formato digital e o coloque na rede. É isso?
Parecendo que não, eles estão a ajudar a divulgar o conteúdo. Mais pessoas o verão, logo há mais potenciais compradores de merchandising e de bilhetes de cinema.
Compravas um carro sem saberes ao que ias?
Já me esquecia: também estamos a falar da oportunidade de mais pessoas, que de outra forma não o veriam, verem o filme, e quem sabe até acabarem a comprar merchandising dele; estamos a falar de possíveis recomendações feitas por quem descarregou o filme.
Nuno Pereira a 25 de Novembro de 2008 às 19:00
Não o veriam porquê?
Achas que as pessoas teriam tanto contacto com a música e com o cinema se não fosse a internet?
Nuno Pereira a 25 de Novembro de 2008 às 20:18
A pirataria não cria nada, a oferta existente seria exactamente a mesma, com a diferença que as pessoas teriam que pagar por aquilo que consomem, tal e qual como você quando vai ao supermercado paga aquilo que compra.
O caralho é que não cria. Até a própria Microsoft, que passa a vida a chorar por causa da pirataria, já admitiu que só chegou onde chegou graças a ela.
Quando compras um carro, fazes a compra às cegas ou informaste primeiro sobre o veículo, e fazes um testdrive?
Manuel a 25 de Novembro de 2008 às 23:11
Então também se considera divulgador da arte cinematográfica é isso?
Já agora é capaz de explicar que coisa é essa de guardar os IP's para facilitar por questões legais? E para afastar ...??? Então a liberdade e a livre expressão?
Divulgador de arte, só por boca. Quando vejo um filme ou ouço uma música que me agrada, partilho a experiência positiva.
A liberdade de expressão está salvaguardada, meu caro.
"Se um filme não existe em formato digital em todo o mundo e é possivel ser descarregado de sitios da Internet, estamos a falar de quê? "
O que é que isto tem a haver com a emenda 138?
Nuno Pereira a 25 de Novembro de 2008 às 18:58
"[...] não vejo qual é o problema de partilhar conteúdos sem intuito comercial, como músicas ou filmes; assim, ninguém está a roubar merda nenhuma."
Pergunta obvia, então mas se você oferecer o visionamento de um filme a toda gente, mesmo que não ganhe nada com isso, quem é que depois vai pagar o filme? Ninguem vai ao cinema, ninguem aluga o filme, ninguem compra o DVD porque o bom do Bruno já o ofereceu ao Mundo inteiro... quem é que paga o raio do filme?
"Imagine um vizinho ou colega que não goste de si e diga três vezes à tal autoridade administrativa que o sr faz downloads ilegais. A partir desse momento o sr. fica sem internet."
A falta de informação faz coisas destas... Quem controla o tráfego de conteudos protegidos é uma comissão chamada HADOPI, que não se rege por denuncias de vizinhos mal dizentes (ai que catano...), mas sim pelo tráfego de IPs. Ai que coisa horrivel, controlarem os IPs!!!! O Bruno até acha giro, diz o sr. democrata lá em baixo "O dono deste Blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts" e claro, democraticamente, "optou por comentários moderados", não vá haver alguém com uma ideia errada que precise de ser democraticamente apagada.
"O que os lobbys pretendem é ver ultrapassada essa emenda de forma a poderem fazer o que quiser da Internet, sem prestar contas a ninguém!"
Ao contrário, o que os piratas querem é fazer o que querem sem serem controlados, como acontece actualmente. O direito do pirata está salvaguardado, se entende que há erro, recorre a Tribunal, ninguem lhe está a retirar esse direito.
Sabe porquê que há de ser assim e não ao contrário (sabe mas está-se a fazer de estúpido)? Porque, só em França há Mil Milhões de Downloads ilegais. Acha que é possivel recorrer-se Mil Milhoes de vezes ao Tribunal? Como não é, e porque não é espectavel que a Hadopi se enganar 1000 Milhoes de Vezes, é mais facil que os poucos injustiçados recorram a Tribunal.
Pergunta obvia, então mas se você oferecer o visionamento de um filme a toda gente, mesmo que não ganhe nada com isso, quem é que depois vai pagar o filme? Ninguem vai ao cinema, ninguem aluga o filme, ninguem compra o DVD porque o bom do Bruno já o ofereceu ao Mundo inteiro... quem é que paga o raio do filme?
E porque caralho é que as pessoas têm que pagar o filme? É obrigatório as pessoas pagarem algo, mesmo que não lhes interesse ou achem que não merece o seu dinheiro?
O Bruno até acha giro, diz o sr. democrata lá em baixo "O dono deste Blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts" e claro, democraticamente, "optou por comentários moderados", não vá haver alguém com uma ideia errada que precise de ser democraticamente apagada.
Se acompanhasses este blog, saberias que os comentários estão moderados por causa de trolls que aqui apareceram e por causa de alguns insultos que costumavam ser feitos.
No teu caso, o silêncio é de ouro.
A falta de informação faz coisas destas... Quem controla o tráfego de conteudos protegidos é uma comissão chamada HADOPI, que não se rege por denuncias de vizinhos mal dizentes (ai que catano...), mas sim pelo tráfego de IPs. Ai que coisa horrivel, controlarem os IPs!!!!
Eu meto alguém a espiar-te e depois logo dizes se achas isso bom ou mau.
Ao contrário, o que os piratas querem é fazer o que querem sem serem controlados, como acontece actualmente. O direito do pirata está salvaguardado, se entende que há erro, recorre a Tribunal, ninguem lhe está a retirar esse direito.
Eu quero a minha privacidade respeitada, logo sou pirata.
Sabe porquê que há de ser assim e não ao contrário (sabe mas está-se a fazer de estúpido)? Porque, só em França há Mil Milhões de Downloads ilegais. Acha que é possivel recorrer-se Mil Milhoes de vezes ao Tribunal? Como não é, e porque não é espectavel que a Hadopi se enganar 1000 Milhoes de Vezes, é mais facil que os poucos injustiçados recorram a Tribunal.
Eu recordo-me de ter lido alguns representantes da indústria de entretenimento terem afirmado que a tal pirataria os ajuda, em vez de os prejudicar. Até há pouco tempo admitiram que os números de prejuízo que eles atiravam ao ar eram falsos.
Pergunta obvia, então mas se você oferecer o visionamento de um filme a toda gente, mesmo que não ganhe nada com isso, quem é que depois vai pagar o filme? Ninguem vai ao cinema, ninguem aluga o filme, ninguem compra o DVD porque o bom do Bruno já o ofereceu ao Mundo inteiro... quem é que paga o raio do filme?
Além de isto nada ter a haver com a emenda, ainda nunca ninguém provou (até existem dados que indiciam o contrário) que a pirataria afecta negativamente o número de vendas.
A falta de informação faz coisas destas... Quem controla o tráfego de conteudos protegidos é uma comissão chamada HADOPI, que não se rege por denuncias de vizinhos mal dizentes (ai que catano...), mas sim pelo tráfego de IPs. Ai que coisa horrivel, controlarem os IPs!!!! O Bruno até acha giro, diz o sr. democrata lá em baixo "O dono deste Blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts" e claro, democraticamente, "optou por comentários moderados", não vá haver alguém com uma ideia errada que precise de ser democraticamente apagada.
Estamos aqui a atirar areia para os olhos das pessoas? A legislação Europeia proposta não fala da HADOPI (que é a entidade Francesa que será criada para este efeito), e ela não se "rege" por nada - apenas nos factores que ela -- destaque-se o "ela, não um tribunal" -- considerar importantes para determinar a sua opinião sobre a ocorrência ou não de um acto de violação dos direitos de Autor. Eles não "controlam IP's", mas se quiserem e conseguirem monitorizar todo o tráfego gerado por um determinado IP, então estão a violar a privacidade dos Internautas, indo contra a "Charter of Fundamental Rights of the European Union" de 7 de Dezembro de 2000, que lhe aconselho a ler, e que garante a protecção de dados pessoais, a liberdade de expressão e de informação.
Agora se quiser mesmo falar da Emenda 138, aquela que propõem retirar da legislação apesar de ter sido demoraticamente aprovada com 88% de votos, então vamos falar dela. Mas não o vou deixar atirar outra vez areia para os olhos dos leitores. Não, vou citar aqui a dita emenda, para que todos saibam o que é que ela diz:
"applying the principle that no restriction may be imposed on
the rights and freedoms of end-users, notably in accordance with
Article 11 of the Charter of Fundamental Rights of the European Union
on freedom of expression and information, without a prior ruling by
the judicial authorities, except where dictated by force majeure or
by the requirements of preserving network integrity and security, and
subject to national provisions of criminal law imposed for reasons of
public policy, public security or public morality."
Traduzo-a:
aplicando o princípio de que nenhuma restrição pode ser imposta nos direitos e nas liberdades dos utilizadores finais, notavelmente de acordo com o artigo 11 da Carta dos Direitos Fundamentais da União Euripeia sobre a liberdade de expressão e informação, sem decisão anterior por autoridades judiciais, excepto quando ditado por força maior ou pelos requisitos para a preervação da integridade e segurança da rede, e sujeito a provisões nacionais da lei criminal impostas por razões de política pública, segurança pública ou moral pública.
É isto que vocês querem retirar: o direito a ir a tribunal, o direito a julgamento. Relembro-lhe que, constitucionalmente, todo o cidadão tem o direito a ser julgado em tribunal. Lá se decide se foi ou não cometido um crime. Querem retirar essa liberdade ao cidadão comum. Porquê, pode-me explicar?
Ao contrário, o que os piratas querem é fazer o que querem sem serem controlados, como acontece actualmente. O direito do pirata está salvaguardado, se entende que há erro, recorre a Tribunal, ninguem lhe está a retirar esse direito.
Ou seja, vamos tornar as pessoas em culpadas até prova em contrário? Não, obrigado.
[... continua ...]
Nuno Pereira a 25 de Novembro de 2008 às 21:30
"Além de isto nada ter a haver com a emenda, ainda nunca ninguém provou (até existem dados que indiciam o contrário) que a pirataria afecta negativamente o número de vendas."
O Post não é sobre a emenda 138, é sobre o MAPINET que quer que haja uma luta efectiva contra a pirataria sendo que a emenda 138 pode ser um entrave a essa luta. Quanto a dados, aí estão eles:
http://www.afp.org.pt/estatisticas.php?smenu=variacao
Ainda não percebi que anti-corpos existem contra a HADOPI. A HADOPI é uma policia da internet que tem como missão proteger os ficheiros protegidos por direitos de autor. Não gosta de policia? Pois, mas olhe que fazem falta como se tem visto...
Os Direitos Fundamentais dos internautas estão sempre salvaguardados, em caso algum a HADOPI terá acesso a dados pessoais ou a comunicações particulares. Tão só ao tráfego de torrents e de P2P.
Aquela conversa do 88% é muito engraçada... Querem ver que houve um golpe de Estado para a emenda 138 ser retirada? Que eu saiba, a emenda tem que passar pelo Conselho de Ministros e que eles têm o poder de a aprovar ou rejeitar, é assim que funciona. Porquê que os deputados têm que estar certos e os Ministros é que estão errados. Sabe, é que se diz que quando os deputados votaram a emenda 138 não sabiam exactamente o objectivo final da mesma, aniquiliar o Acordo Olivennes. Tambem nao vamos esquecer quem está na origem da emenda 138, Guy Bono. Curiosamente do partido da oposiçao de Sarkozy...parece mesmo gincana politica.
"É isto que vocês querem retirar: o direito a ir a tribunal, o direito a julgamento. Relembro-lhe que, constitucionalmente, todo o cidadão tem o direito a ser julgado em tribunal."
Já lhe disse que não. Se o pretenso pirata discorda da decisão, recorre a tribunal. Se você apanhar uma multa de transito com a qual nao concorda o quê que faz? Paga e Recorre a Tribunal. É igual.
O Post não é sobre a emenda 138, é sobre o MAPINET que quer que haja uma luta efectiva contra a pirataria sendo que a emenda 138 pode ser um entrave a essa luta.
Citando o meu irmão: o caralhinho. O post é sobre a emenda 138 e sobre o facto da MAPiNET a querer derrubar, acabando com o direito à privacidade online no processo.
A emenda não é nenhum entrave, porque já existe legislação para isso.
Quanto a dados, aí estão eles
O problema de muitos destes dados é que assumem que um download feito é uma venda perdida, o que é errado. Raramente uma pessoa que descarrega uma música ou um álbum o compraria caso não o pudesse descarregar.
Infelizmente, não posso deixar links para os dados e estudos que apontam isso, porque foram coisas que li e não guardei nos favoritos.
O Post não é sobre a emenda 138, é sobre o MAPINET que quer que haja uma luta efectiva contra a pirataria sendo que a emenda 138 pode ser um entrave a essa luta.
O post deixa bem claro que é contra as acções da MAPiNET visto a MAPiNET querer remover a emenda 138. A emenda 138 não serve como "entrave à luta contra a pirataria", mas sim como "garantia das liberdades fundamentais do cidadão Europeu".
Quanto a dados, aí estão eles:
http://www.afp.org.pt/estatisticas.php?smenu=variacao (http://www.afp.org.pt/estatisticas.php?smenu=variacao)
Caro, não misture alhos com bugalhos. Os números que referiu eram "número de downloads ilegais". Os gráficos que estão presentes nesse link são de "variação de vendas e facturação". Tem números quanto ao "número de downloads ilegais"? Ou retira a sua frase lá cima?
A HADOPI é uma policia da internet que tem como missão proteger os ficheiros protegidos por direitos de autor. Não gosta de policia? Pois, mas olhe que fazem falta como se tem visto...
Se fosse polícia não haveria problema. Mas também julga e condena, e esse é o problema.
Os Direitos Fundamentais dos internautas estão sempre salvaguardados, em caso algum a HADOPI terá acesso a dados pessoais ou a comunicações particulares. Tão só ao tráfego de torrents e de P2P.
Torrents são P2P. E nada lhe garante que não existem dados pessoais ou comunicações particulares a serem feitas através de protocolos P2P. E, já agora, a lei não diz nada disso. A lei nem diz que a entidade que vai ser criada se chama HADOPI. E a lei (Francesa, pois se estamos a falar da HADOPI estamos a falar dessa) nem é sequer explícita sobre uma questão que levanta muita poeira e discussão: se considera ou não o "uso de redes p2p" automaticamente pirataria. Mas felizmente isso não acontece na lei Europeia, nem é isso que está aqui em causa. O que está aqui em causa é se se deve aceitar que uma entidade autónoma e privada tenha o poder que até hoje sempre coube em exclusividade aos tribunais: o poder de julgar e condenar.
Já lhe disse que não. Se o pretenso pirata discorda da decisão, recorre a tribunal. Se você apanhar uma multa de transito com a qual nao concorda o quê que faz? Paga e Recorre a Tribunal. É igual.
Amigo, isso não é nada assim. Se "o pirata discorda da decisão" significa que ele já foi julgado e condenado, e agora tem o direito a recorrer. Isso não é justo, isso não é o que se passa hoje em dia. Quando lhe passam uma multa, você está intimado: ou paga ou vai a tribunal ser julgado. Não está julgado e condenado logo à partida.
E nem vamos aqui falar das diferenças entre um polícia (e o que é preciso para lá chegar) e uma entidade controlada por partes economicamente interessadas... Aquilo que você defende já a Polícia, actualmente pode fazer (e faz).
[... continuação ...]
Sabe porquê que há de ser assim e não ao contrário (sabe mas está-se a fazer de estúpido)? Porque, só em França há Mil Milhões de Downloads ilegais. Acha que é possivel recorrer-se Mil Milhoes de vezes ao Tribunal? Como não é, e porque não é espectavel que a Hadopi se enganar 1000 Milhoes de Vezes, é mais facil que os poucos injustiçados recorram a Tribunal.
Que números tão giros... Pergunto-lhe eu: como sabe que existem mil milhões de downloads ilegais na França? De onde tem esses dados? Como distingue um download de legal ou ilegal? Se quiser *mesmo* entrar por aí, também podemos, terei todo o gosto em dizimar as suas especulações. Mas, para simplificar esta discussão, admitamos que sim. Há mil milhões de downloads ilegais. Quantas queixas houve até agora? Quantos processos entraram em tribunal? Porque não mais? Os tribunais "já não aguentam"? É que alega a possibilidade de existência de mil milhões de processos em tribunal, mas duvido que tenham havido mais de cem. Porquê? Quanto ao "não ser espectavel a HADOPI se enganar tanta vez", por mim a partir do momento em que ela se engane uma já está a prejudicar um cidadão, que de outra forma não seria prejudicado. Mas o que contesto mesmo é "que os poucos injustiçados recorram a Tribunal".
Não só não é aceitável trocar um sistema sem injustiçados por um que prevê "uns poucos", como não é aceitável que para isso se retire do cidadão o direito a ser inocente até prova em contrário.
Nuno Pereira a 25 de Novembro de 2008 às 21:41
Ora aí estão os 1 000 Milhões:
http://www.ecrans.fr/A-la-recherche-du-milliard-de,5643.html
Sabe porquê que não há mais queixas? Porque a lei Penal não permite que se investigue este tipo de crimes. Tão só! Pode ir estudar o artigo 187.º e 189.º do Codigo Processo Penal, e logo percebe.
"Não só não é aceitável trocar um sistema sem injustiçados por um que prevê "uns poucos", [...]"
Sem injustiçados? Faz ideia da quantidade de gente que já perdeu o seu posto de trabalho por causa deste regabofe? Faz a mais pálida ideia?
Sem injustiçados? Faz ideia da quantidade de gente que já perdeu o seu posto de trabalho por causa deste regabofe? Faz a mais pálida ideia?
E quantos artistas ficam com as migalhas das vendas dos *seus* trabalhos? E quantas pessoas ficarão privadas de privacidade só porque vocês não conhecem o mundo em que vivem e querem à força manter o vosso sistema de negócios arcaico e injusto para todos menos vocês?
Nuno Pereira a 25 de Novembro de 2008 às 23:56
Os artistas ficam com as migalhas? Mas alguem os obriga a assinar contrato?? Não têm a opçao de não ter editora?
Arcaico? Mas conhece outro modelo de negócio? Acha que há algum modelo de negocio seja no que for que resista à oferta gratuita, sendo que essa oferta só existe porque foi usurpada? E "Vocês"? Quem pensa que eu sou? Acha que tenho alguma coisa a ver com alguma editora? Desengane-se.
Gostava de saber que privacidade é que você defende. A PORRA DA PRIVACIDADE DE PODER ROUBAR OS OUTROS SEM QUE HAJA POSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO? O ser humano não sabe viver sem ser policiado e os numeros dos downloads ilegais assim o prova. O regabofe vai acabar.
O mesmo, por exemplo, usado pelos RadoHead e Nine Inch Nails.
Roubar pressupõe apropriação. Desde quando é que eu me estou a apropriar de uma música se a descarregar da net? Se estiver, também estou a fazê-lo quando compro o CD ou o DVD, quando a ouço na rádio, etc.
O regabofe vai acabar.
Isso é uma ameaça?
O ser humano não sabe viver sem ser policiado
Começo a pensar que és fascista. O ser humano pode e consegue viver sem ser policiado. Fodasse, eu vivi tantos anos sem ser policiado e não foi por isso que fiz mal a alguém.
Nuno Pereira a 27 de Novembro de 2008 às 17:58
Onde é que viveste sem ser policiado?
Em Portugal. Até ver, ainda não tive ninguém a tomar-me por culpado até prova em contrário e a meter o bedelho nas minhas comunicações, e não quero ter. Safei-me do fascismo e não quero passar por ele agora.
Arcaico? Mas conhece outro modelo de negócio? Acha que há algum modelo de negocio seja no que for que resista à oferta gratuita, sendo que essa oferta só existe porque foi usurpada?
O que não faltam aí são modelos de negócios lucrativos e casos de sucesso para eles. Mas mudar de paradigma não é fácil para aqueles que já estão "confortaveis" a fazerem mais do mesmo, sem trabalho. Isto não tem
nada a haver com o que aqui é discutido, mas deixo-lhe
referência para possíveis modelos de negócio alternativos (http://mindboosternoori.blogspot.com/search/label/music%202.0). Se discordar, discorde lá: responder-lhe-ei à mesma e não estaremos a poluir a conversa aqui, que é sobre - relembro - a emenda 138.
Gostava de saber que privacidade é que você defende. A PORRA DA PRIVACIDADE DE PODER ROUBAR OS OUTROS SEM QUE HAJA POSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO?
A privacidade aqui defendida é aquela prevista e garantida pela Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia. Leia-a, e, se não concorda com alguma coisa nela, esteja à vontade para a tentar rebater.
O ser humano não sabe viver sem ser policiado e os numeros dos downloads ilegais assim o prova.
Ninguém aqui neste post e sequentes comentários é contra a existência da polícia. Somos, sim, contra toda e qualquer tentativa de nos retirarem os direitos consagrados na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.
Ora aí estão os 1 000 Milhões:
http://www.ecrans.fr/A-la-recherche-du-milliard-de,5643.html
Mas está a gozar comigo? Leia o artigo que cita:
vue la provenance douteuse des données, la seule chose dont nous pouvons être certains c¿est que nous ne sommes certains de rien. Et nous construisons une politique sur la base de cette ignorance
Factos, senhor, se me vai dar números dê-me factos!
Sabe porquê que não há mais queixas? Porque a lei Penal não permite que se investigue este tipo de crimes. Tão só! Pode ir estudar o artigo 187.º e 189.º do Codigo Processo Penal, e logo percebe.
Huh... Os artigos 187 e 189 do Código Penal
Brasileiro, que regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial, poderia ser aplicável nesse argumento. Agora os artigos 187 e 189 do código Penal Português em nada impedem queixas e investigações relacionadas com a Pirataria. Se quer provas de como se pode lutar contra a Pirataria em Portugal, olhe para
a apreensão feita ontem (http://wwwigac.ml.pt/paginaRegisto.aspx?fp=1&back=1&id=8563), e se não chegar então leia sobre a feita
anteontem (http://wwwigac.ml.pt/paginaRegisto.aspx?fp=1&back=1&id=8562).
Sem injustiçados? Faz ideia da quantidade de gente que já perdeu o seu posto de trabalho por causa deste regabofe? Faz a mais pálida ideia?
Não me faça rir. Quantos já perderam postos de trabalho por causa da pirataria? Nomeie UM. Mas, fazendo-o, faça-o com factos, e
prove que esse cidadão perdeu o seu posto de trabalho graças à pirataria. Se não tem provas e só está a atirar areia para o ar, vale mais parar por aqui porque conversa de mudos não vai longe.
Tony Silva a 25 de Novembro de 2008 às 19:25
Não, meu caro. Piratas não são "estes tipos". O melhor será ler outras opiniões para não voltarmos sempre ao mesmo. Esta, por exemplo: http://techhoje.blogspot.com/2008/11/selo-rosa-procura-dos-verdadeiros.html
O que vocês, joao Costa, Manuel, Nuno Pereira e Tony Silva (alguns com uma escrita demasiado semelhante para ser apenas coincidência), defendem é a indústria de entretenimento e não os artistas. E deviam ter vergonha na cara por fazerem isso.
Coorporativistas [1]. Se fosse vivo, Mussolini estaria orgulhoso de vocês, com as falsas pretensões de defender quem cria conteúdos, quando na realidade querem ainda mais poder sobre a distribuição dos mesmos. O que vocês fazem traz-me à memória o Comunismo, que afirmava defender os interesses do povo, mas na realidade era mais uma forma de o explorar.
Hoje, nenhum artista, nem mesmo aquela junk music tipo D'Zert, precisa de distribuidoras e editoras. Qualquer pessoa pode editar e distribuir as suas músicas, e vocês tremem de medo por causa disso. É a selecção natural de Darwin a funcionar.
[1]
http://pt.wikipedia.org/wiki/Corporativismo
Nuno Pereira a 25 de Novembro de 2008 às 20:08
Óptimo para ele... Que deixe a editora (se é que a tem que não faço ideia de quem seja esse artista) e que ponha todas as músicas dele de forma gratuita. É uma opção dele! Ele que invista, nele próprio e que não cobre pelo seu trabalho, é um direito que lhe assiste!
Agora, que se respeite aqueles que querem que se lhes pague pelas obras que produzem... Ou lá porque existe voluntariado, temos agora todos que trabalha de borla?
Já estás a distorcer.
Os artistas que querem receber dinheiro pelos seus conteúdos, devem poder recebê-lo. Mas não devem ser as editoras a ficar com o grosso do lucro. E nem as pessoas devem ser condenadas por descarregar uma ou mais músicas só para ouvirem, porque de outra forma não tinham acesso a elas.
Música é cultura e arte, e ninguém deve ser privado de nenhuma das duas.
Condeno quem faz dinheiro à custa de cópias ilegais, porque, para além da legalidade, isso não é diferente do que as editoras fazem. De resto, não condeno quem descarrega músicas só para si. Muitas dessas pessoas até acabam a recomendar as músicas que descarregaram, vão aos concertos e até compram as músicas quando acham que vale a pena. Só é pena que o artista veja uma pequena percentagem desse dinheiro. Isso é injusto.
Nuno Pereira a 25 de Novembro de 2008 às 20:15
Mas a indústria é má? E você trabalha em quê? Não é numa indústria? Os postos de trabalho da indústria são despreziveis?
Eles não precisam deles, mas não largam as editoras nem por nada, devem gostar de ser chulados.
Até a Ana Free, fruto do youtube, vai agora lançar um CD produzido por uma editora, mais uma masoquista...ou isso ou afinal a indústria tem um papel importante.
Vocês é que tem um discurso comunista, defendendo a delipidação da propriedade privada, ainda que intelectual, para distribuição de todos. Por mim tudo bem, desde que vocês também abdiquem do vosso salário...
A indústria musical é uma sanguessuga que explora os artistas. Isso é reconhecido pelos próprios artistas e por pessoas dentro do ramo (
http://topspinmedia.com/2008/11/grammy-northwest-musictech-summit-keynote/).
Os músicos já não precisam da industria musical para nada, mas a industria precisa deles.
Não gosto do comunismo. Muito menos gosto que as coisas que estão mal se mantenham só porque elas são assim, ou porque alguém ganha dinheiro à custa da exploração dos outros.
Mas já se está a fugir muito ao assunto do post.
O facto é que a remoção da emenda 138 vai criar um vazio que permite às editoras ordenarem o corte de acesso à net aos utilizadores. O problema já foi reconhecido até na própria UE.
Vocês é que tem um discurso comunista, defendendo a delipidação da propriedade privada, ainda que intelectual, para distribuição de todos. Por mim tudo bem, desde que vocês também abdiquem do vosso salário...
Cuidado com as generalizações. Nunca me ouviu defender a pirataria - e duvido que algum dia o ouça - ou mesmo de qualquer outra acção ilegal. Isso é a sua maneira de, fugindo ao assunto, tentar "enevoar" a discussão. Comigo não funcionará.
Este artigo fala sobre um movimento que pretende que a emenda 138 seja retirada. Ao retirar está a tomar-se uma medida anti-democrática e violadora dos direitos e das liberdades do cidadão comum. É contra isso que luto.
Quer lutar contra a pirataria? Força, faça-o. Mas se quer tirar-me direitos e liberdades, estarei sempre presente para o tentar evitar.
Nuno Pereira a 25 de Novembro de 2008 às 21:46
"Nunca me ouviu defender a pirataria - e duvido que algum dia o ouça - ou mesmo de qualquer outra acção ilegal. "
Defendendo um sistema que não combate a pirataria e criticando medidas que visam mudar o estado anarquico que se vive sem apontar um único caminho de resolução, não está então dessa forma a defender a pirataria?
Já existe legislação para isto. E todas as que violem o meu direito à privacidade devem morrer antes de chegar à costa.
Nuno Pereira a 25 de Novembro de 2008 às 23:48
Defendo o teu direito à privacidade quando cumprires o teu dever pelo respeito da minha propriedade.
E como sabes que eu não cumpro? E que propriedade tua é essa? Ou estarás a referir-te às editoras?
Defendendo um sistema que não combate a pirataria e criticando medidas que visam mudar o estado anarquico que se vive sem apontar um único caminho de resolução, não está então dessa forma a defender a pirataria?
Eu não "defendo um sistema que não combate a pirataria". Eu não "critico medidas que visam mudar o estado anarquico que se vive". E eu não acedito sequer que vivemos num "estado anarquico". E eu aponto um caminho de resolução. E eu não defendo a pirataria.
Sejamos claros:
1) O Pacote Telecom visa, entre outras coisas, melhorar o "combate à pirataria";
2) A emenda 138 pertence ao Pacote Telecom, pelo que deve presumir que um defensor dessa emenda é também defensor do Pacote Telecom;
3) Posto 1 e 2, pode concluir-se que aqueles que defendem a emenda 138 estão implicitamente a defender o "combate à pirataria".
Aquilo que defendemos, aqui neste post, é que o Pacote Telecom só faz sentido enquanto estiver na sua íntegra, incluindo a emenda 138. Sem isso, o Pacote Telecom estará a sobrepor-se à Carta de Direitos Fundamentais da EU, pelo que o Pacote Telecom sem esta emenda passa de uma "lei que ajuda a sociedade em diversos aspectos" para uma "lei que retira direitos e liberdades a todos os cidadãos Europeus". Com a primeira concordamos, com a segunda não.
A segunda hipótese torna a internet no espaço europeu uma ditadura digital, sujeita às vontades da indústria de entretenimento - uma tecnocracia.
Marco a 26 de Novembro de 2008 às 01:26
Ora bem vamos a um caso prático, a TVI compra os direitos de emissão de uma série que por acaso pode ser o Dr House, passa a série a umas horas pouco decentes para que seja vista por quem trabalha (aqueles que tem guito, pilim, dinheiro) logo vai ser menos vista, logo a TVI já não vai comprar a próxima season por causa da audiências. Mas se aquele que tem dinero descarregar o dr house no dia a seguir a ter sido emitido nos US, vai ver os episódios e como tem dinheiro vai comprar os DVD's. Estamos a falar de quem tem dinheiro, não do puto burbulhento que está em casa e que não tem guita para estoirar. Conheço n pessoas que fazem o que disse, mas calma estes piratas não dão lucro lá compram os DVD's e tudo mas não dão lucro.
Outro caso prático, o lucro que os REM tiveram com a venda do CD na net, ou outros grupos que colocaram os CD's no The Pirate Bay para download e que viram as vendas dos mesmos aumentar, porque as pessoas ouviram e gostaram e logo compraram. Ah o The Pirate Bay é um site famoso de torrents, como estão a ver os torrents podem ser usados de modo não ilegal.
Outro caso, este pessoal, ouvi no MySpace um álbum do grupo chamado Diablo Swing Orchestra, gostei do álbum e comprei no Amazon, porque em Portugal ainda não estava a ser vendido, mandei emails para a banda a perguntar quem era o responsável pela venda em Portugal, e não tinham ninguém. Como é que eu teria conhecido esta banda sem ter recorrido à net não tinha.
conhecem os Epica, tb só os conheci através de um amigo que sacou o ultimo CD deles na net, neste momento tenho o ultimo cd original e tenho mais dois encomendados ao importador nacional e, porque nas lojas não se encontram á venda e a fnac diz que tem de mandar vir do estrangeiro, como não tenho a culpa de o conhecer. Ainda dizem que as bandas não vendem por causa da pirataria os épica comigos já venderam 3 CD, e só conheci a banda devido a um pirata, vejam lá.
por acaso uma universidade americana o ano passado não divulgou um estudo em que a pirataria era responsável pela divulgação de novas bandas, e pelo aumento de vendas das mesmas? Por acaso o mesmo estudo não apontou como conclusão que o modelo de distribuição de música tinha de mudar porque já está ultrapassado. Vejam o que o iTunes fez pelas vendas da música, eu que é legal mas de certo que conhecem a guerra que foi para a Apple poder lançar o iTunes (Store).
Por isso é que eu defendo a livre partilha, sem intuito comercial e sem reclamar a sua autoria, dos conteúdos. Assim os artistas chegam a mais pessoas e têm mais possibilidades de vender. Caramba, isto é senso comum; é lógica simples. Este tipo de publicidade gratuita é impagável!
Marco a 26 de Novembro de 2008 às 01:38
Como os comentários estão a ser moderados, bruno cola isto no fim do outro texto.
Apesar de todo o discurso anterior, NÃO defendo a pirataria, mas não posso negar que a pirataria por vezes faz mais pela divulgação dos artistas e das suas obras do que as editoras.
Mas gostaria de ver mais fiscalização nas feiras, nas festas, onde se vende muita pirataria mas ai ninguém vai sem levar a TV a atrás, porque será?
Não tenho esse tipo de controlo sobre o backend, infelizmente. Foi por isso que tive que começar a moderar os comentários, já que não posso implementar a medida que quero - bem mais justa que a moderação.
António a 26 de Novembro de 2008 às 11:06
Senhor Bruno, se por acaso fosse um escritor de talento e renome (que não acontece) e imaginando: o seu site era tão bom que cobrava aos membros uma cota mensal de €10, que todos pagavam visto o seu talento com as palavras ser verdadeiramente fenomenal, este era no fundo o seu emprego!
Se um outro site copiasse os seus textos e os publicasse por €0 (ZERO) euros, acharia piada? Em nome da liberdade cultural que tanto defende, o que diria aos seus filhos quando não tivesse dinheiro para por comida na mesa? "Filho, hoje não há comida, mas felizmente existe liberdade cultural no mundo! Ao menos as pessoas reconhecem o meu trabalho, por isso é que o copiam, não há comida nem dinheiro... paciência"
Era isto que diria?
Se eu fosse um escritor de renome (o que também não acontece contigo), eu queria era que lessem os meus livros, e não queria nenhuma editora a ficar com boa parte do lucro da venda dos livros que *eu* escrevi. Tomaria eu que as pessoas partilhassem os livros.
Quando se escreve um livro, presumo eu, é com o intuito dele ser lido. E a cultura deve ser de livre acesso para todos.
António a 26 de Novembro de 2008 às 12:03
Se toda a cultura fosse de livre acesso não haveriam artistas para a produzir, porque em vez de escrever livros ou pintar quadros teriam de trabalhar noutros ramos para seu sustento.
Por isso é que as pessoas pagam à mesma os conteúdos, sem que um grupo de aspirantes a mussolini ou a oliveira salazar lhes ande a bisbilhotar as comunicações. Por isso é que os RadioHead fizeram mais dinheiro com o In Rainbows do que com todos os outros discos. Por isso é que a Topspin faz dinheiro para ela e para os artistas, num modelo de negócio diferente do actual modelo arcaico e que só beneficia os distribuidores, mas não os artistas.
António a 26 de Novembro de 2008 às 12:21
Muito bem, agora, e tendo em conta a grande qualidade da banda radiohead, imagine a quantidade de vendas que não teriam feito se não existisse pirataria na internet e tudo fosse como há 15 ou 20 anos atrás... Sabe qual é o disco mais vendido de sempre? Thriller de Michael Jackson e certamente jamais será ultrapassado... Se fosse hoje o lançamento desse mesmo disco por muito bom que fosse nem 1/10 do que vendeu venderia... Como diz o outro "É só fazer as contas"
Dados para comprovar isso? Onde estão eles?
O facto é que a pirataria ajuda a aumentar as vendas. Já foi deixado aqui em comentário uma menção a um estudo feito por uma universidade americana que comprova que a pirataria de facto ajuda.
Já de agora, achas mesmo que as cassetes e discos do Michael Jackson não foram pirateados? Espero bem que não sejas assim tão inocente.
E hoje, não seria por causa da pirataria que ele não vendia: aquele estilo de música já não tem a mesma aceitação que tinha em mil novecentos e troca o passo.
Não te esqueças que hoje em dia está mais música disponível, pelo que as pessoas já têm mais por onde escolher, logo as vendas ficam mais dispersas.
Mas nada disto é motivo para violar o direito à privacidade. Não estamos num Estado e numa Europa fascista.
"""Sabe qual é o disco mais vendido de sempre? Thriller de Michael Jackson e certamente jamais será ultrapassado..."""
Que grande especulador e aldrabão:
* O formato está album moribundo. Está a comparar coisas que não são comparaveis.
* Por essa altura já haviam cassetes! Nessa altura,"xupistas" como vós, lutavam contra a saudosa k7 (possibilidade de regravação), porque viria matar os artistas. O passado dá-nos razão porque a k7 não matou a arte (tal como os downloads ilegais, não a vão matar).
Disclaimer: eu sou a favor da emenda 138 porque atenta a minha privacidade (e consequente liberdade), não por outros motivos:
* eu alugo frequentemente filmes e vou ao cinema e a minha fonte de música é o grande www.jamendo.com.
* Eu sou um grande lutador contra a pirataria, pois tenho consciência que a pirataria é o maior inimigo da cultura livre.
* Eu quero que vocês, "xupistas", tenham sucesso (desde que não me retirem liberdades) pois será a longo termo o vosso suicidio devido à expansão da cultura livre que não precisa de vocês (intermediários desnecessários, aka "xupistas") para nada.
* Como nem devem saber o que o jamendo é, espero que os "srs xupistas" nunca tenham acedido à wikipedia (outra grande manifestção da cultura livre), pois estão a contrariar o propósito da vossa existência. No lugar, comprem subscrições de enciclopédias clássicas de renome.
Para finalizar, uma menção especial ao R. Stallman, por ter lançado e concretizado o conceito de copyleft, essencial ao mundo da cultura livre e a toda a comunidade (com e sem fins comerciais) que tem desenvolvido um ecossistema libertador.
Marco a 26 de Novembro de 2008 às 20:18
só é pena n dizeres que esse mesmo álbum foi capaz de ser o álbum mais pirateado, é pena n dizeres que qd um álbum é bom vende bem. é pena n dizeres que na altura éramos obrigados a comer tudo o que nos punham na frente coisa que n acontece agora, porque temos a Internet para pesquisar coisas com qualidade. Como já disse em cima nunca teria comprado/conhecido Epica e Diablo Swing Orchestra se não tivesse encontrado na net(DSO) e se não tivesse acesso ao cd por vias da pirataria(Epica), mas isto não se pode dizer porque fica mal, e coitados dos artistas que lá venderam mais uns cd's para Portugal.
tenham dó, querem vender, façam coisas com qualidade, que o público compra, fazem cd's em que só uma ou duas musicas é que são boas, então lancem singles a preços decentes., porque senão a pirataria vai andar por ai.
Conhecem os The Gift? Pelas editoras os The Gift NUNCA teriam gravado um disco, mas eles lá gravaram os discos e são o sucesso que se conhece, e ora vejam lá qual é a licença em que eles publicam as músicas, Creative Communs.
Já agora quais são as séries que são mais pirateadas? E quais são as séries que vendem mais DVD's? E que pagam melhor aos actores? Ah isso também não interessa pois não.
Só mais uma coisinha, porque é que os CD's mais antigos continuam a vender, ABBA, Elvis, Frank Sinatra, Queen, entre outros? há quem diga que é da qualidade da música, dizem, mas não vamos ouvir esses tipos, que eles não percebem nada.
Só mais outra coisinha, o que seria dos estilos mais alternativos e dos seu cantores se eles estivessem dependentes das majors e companhia? Isso vocês não discutem, muitas destas bandas só existem por causa da publicidade que a pirataria lhes dá, porque por causa das editoras ditas majors estes senhoras n tinham espaço nas prateleiras, mas estas editoras só querem o bem dos artistas.
Se o Bruno fosse um escritor de renome, faria o que o Paulo Coelho faz... agora srs "xupistas" de direitos de autor, procurem pelo que o paulo coelho fez...
Esperem, vocês são peritos em descontextualizar, vou fazer trabalho por vocês:
http://piratecoelho.wordpress.com/(bruno, desculpa-me ter escrito " o bruno faria", sem te conhecer sequer, mas estes tipos irritam-me).
Na boa, porque tinha feito exactamente isso. Tanto que basta ver a licença que rege todos os textos deste blog e todos os que escrevo fora do blog: creative commons. Se eu escrevo, é para as pessoas lerem, e eu não tenho qualquer direito em barrar-lhes o acesso ao que eu quero que elas leiam - é contra censo.
pauli a 26 de Novembro de 2008 às 15:53
Eu sou pirata.
Custa me pagar os precos praticados pelos servidores de internet, e ser aldrabado, por isso comprei uma boa antena WIFI e apanho os sinais abertos de escritorios nas redondezas.
Eu faco o download das minhas series preferidas, dos meus filmes favoritos, e de toda a musica que gosto, num total de cerca de 50gb por mes.
Ja eu permito o upload de cerca de 30gb por mes dos meus ficheiros partilhados.
A arte como eu a entendo deve ser livre, e ninguem senao o artista deve receber pelo seu trabalho.
Por achar que as entidades que intermedeiam, o artista e o consumidor de arte, sao apenas chulos, eu sou pirata.
Querem policiar a internet???lol, duvido que o consigam.. tenho um IP flexivel..
Querem cobrar pelo trabalho de artistas mortos??lol, eu nao pago!
Por isso e por mais , sou pirata e com orgulho.