[Actualizado] Estado agarrado


On the Streets - XIV, por carf, sob uma licença Creative Commons 2.0 by-nc-nd.

Actualização: as páginas linkadas pelo Rui Seabra estão disponíveis num único PDF.

No Software Livre no Sapo, o Rui Seabra publicou uma lista de aquisições de software feitas em Portugal. Temos 12 mil euros para anti-vírus e 5 milhões de euros para software microsoft para a FCTUC (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra), por exemplo. Muito dinheiro dos contribuintes gastos em dictatorware, que muitas vezes tem uma fiabilidade que deixa muito a desejar, para além de ser uma potêncial fonte de segurança e violação de privacidade porque são aplicações fechados e ninguém consegue saber se eles estão ou não a espiar ou recolher informação que não deviam.

Oh tristeza de país! Tanta coisa com o choque tecnológico e continuam a fazer merda. Porque raio apostam em software proprietária quando podem usar software livre? Caramba, com o software livre podem adaptar as aplicações às reais necessidades das instituições, e com o software proprietário têm que adaptar as instituições ao software. Dom Afonso Henriques deve estar a dar voltas no seu túmulo, com tanta má escolha e dinheiro mal empregue! Nem com as recentes parcerias entre Portugal e a Venezuela aprendem; nem sequer com o bom exemplo do Brasil, onde o software livre tem sido parte integrande do crescimento do país. Sempre pensei que se aprendesse com os bons exemplos, mas parece que isso ainda não acontece por cá.

A escolha da imagem tem o intuito de chocar, mas está longe de ser exagero da minha parte. A forma como o vendor lock-in prende os utilizadores não é muito diferente do vício da droga: é fácil entrar e muito difícil sair.

publicado por brunomiguel às 18:48 | link do post