Magalhães sem vontade de descobrir
Por causa do Magalhães, muitas teclas dos teclados têm perdido tinta. Anda quase toda a gente a escrever sobre isto; eu próprio também o fiz. Mas pouco sabia eu sobre isto. Vi um vídeo que o Sapo Tek linkou e uma reportagem da SIC, e reparei que este pequeno portátil estava a correr a Caixa Mágica 12.
Porreiro, pá. Finalmente vou ver o Governo fazer publicamente uma boa aposta no sector das tecnologias de informação - pensou o Bruno, o melhor blogger deste mundo e do outro. E, por causa disto, escrevi um post aqui no blog sobre o Magalhães, apesar de não estar muito convencido em relação ao projecto (é o hábito de ver as poucas boas ideias mal aplicadas).
Hoje, depois de abrir o Liferea e receber uma avalanche de posts, vi que as minhas desconfianças em relação ao projecto não eram de todo infundadas. E antes que me venham dizer que agora é fácil dizer que estava desconfiado, quero dizer que eu sou muito desconfiado por natureza, por isso é normal eu ter uma atitude relutante.
Continuando. Parece que não houve concurso para o Magalhães, a Intel vai tornar-se conselheira tecnológica do Ministério responsável por este projecto e ao contrário do que o prezado Robô Sócrates, o Primeiro-Ministro Tecnológico, dizia, os primeiros modelos do Magalhães não vão usar o tal «chip de última geração» da Intel, mas sim um Celeron.
Não questiono a escolha da Intel como parceira, mas sim o facto dela ter sido escolhida sem que, aparentemente, não tenha existido um concurso público e ainda se tornar conselheira tecnológica do Estado. Com o nome Magalhães dado ao projecto, esperava uma vontade descobridora traduzida num concurso público para escolher a melhor proposta, se é que haveria alguma. Ao invés, parecem continuar com a atitude de «Portugal, vende-se».
via Diário de Bordo