ISPs britânicos vão notificar utilizadores que partilhem ilegalmente ficheiros online

No Reino Unido, a British Phonographic Industry e a Music Publishers' Association tentaram que os principais ISPs deste país monitorizassem  os seus utilizadores e aplicassem uma solução semelhante àquela que Denis Olivennes em França, em Novembro passado. Felizmente para os ingleses, eles não cederam.

Infelizmente, também não se mantiveram totalmente firmes e vão, num período experimental de três meses, notificar os utilizadores suspeitos de uploads e download ilegais das suas acções e dos potenciais riscos legais que elas poderão acarretar. Se as alegadas infracções continuarem, serão implementadas medidas técnicas ainda não divulgadas, mas que deverão passar por traffic-shapping e "barramento" da utilização das redes de partilha de ficheiros - que, recorde-se, também têm uma utilização legítima.

Tirando o facto de ser brutalmente irritante saber que se está admitidamente a ser sempre monitorizado e que essa monitorização constante é, pelo menos para mim, uma grande violação de privacidade, esta opção dos ISPs, à primeira vista, não parece muito má como poderia ter sido. Pelo menos os dados dos utilizadores não deverão ser revelados e o download de software livre através de redes P2P, de acordo com o Miguel Caetano, não vai ser considerado uma actividade ilegal.

A British Phonographic Industry diz que o download ilegal de conteúdos causa prejuízos anuais de vários milhões de libras. Mas levanta-se a questão: quantas pessoas que descarregam as músicas e os filmes adquiririam legalmente o CD ou DVD se não o podessem descarregar? Provavelmente não muitas. Existe, contudo, uma muito pequena minoria que vai obter lucro com estes conteúdos conseguidos ilegalmente e isso eu condeno totalmente. O mesmo não posso dizer o mesmo de alguém que descarrega um álbum que de outra forma não ouviria - e talvez, por não o ouvir, não teria motivos para ir aos concertos do artista ou banda em causa.

via Sapo Tek e Remixtures